GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 27 de setembro de 2011

DOMÍNIO

Nas tuas mãos
meus cabelos
agarrados
No teu olhar
excitação
poder
domínio
nas tuas faces
tons ruborizados
explode nos teus lábios
sedução
prazer
fascínio

perto de ti
dominada
por vontade
senti
loucura
provocada
saciedade
ternura
amansada

ainda perdura
a pele gozada
no sexo satisfeito
querer mais e mais
aconchego no teu peito
em ti… nunca é demais

e… nessa dominação
nesses desejos desiguais
de carinho e de tesão
libertos como pardais
os dois saciados
amor vs paixão
cansados

abrimos asas para voar
em todo esplendor
do verbo amar
musa

RONRONAR

Quero memorizar este dia
Eternizar as tuas meiguices
Guardar-te numa poesia
Entre carícias e sandices

Recordar aquele instante
Tomando conta de mim
Feito amado feito amante
Sobre a coberta carmim

Gata enroscada no teu peito
Pele com pele em nudez quente
Os dois fundidos sobre o leito
Cheirando a sexo e a semente

Corpos dolentes amansados
Ainda vibrantes de excitação
Humedecidos doces salgados
Abandonados em exaustão

Desejo vontade tesão satisfeito
Suprema delícia em ti degustada
Amo esse corpo onde descanso e me deito
Inteiro rendido amado e amada
musa 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ENCANTADORA DO FALO DO FAUNO

Surpreendida a noite silenciosa
Cativa consentida em teu olhar
Selvagem mensageira doce rosa
Tesão dos sentidos por despertar
Em versos de palavras nua prosa

Do fauno a encantadora
Do falo a desejosa
Do olhar a usurpadora
Do sentir a mariposa
Do querer a lutadora

Que encanto se eleva flor graciosa
Em seio de mãos fluidos humedecendo
Nascente brotando humidade cheirosa
Odor intenso de mar amargo e chão
A terra se abrindo em ávida excitação
E a língua da serpente fálica perigosa
No seu vigor arreio túrgido tesão
Em dança latejante penosa
Erecta possante sedução

Fauno amansado em meu olhar
Além bosques clareiras florestas
Ninfa de frémitos em sussurrar
Gozo labirinto lapidadas arestas
Curvas esquinas bicos a latejar
Encantado falo em fendas frestas
Que luminosidade possa alcançar
Doces serestas musicais de encantar

Fauno do falo encantado
Em vale perdido
Goza meu sentido
No teu olhar guardado
musa

domingo, 25 de setembro de 2011

A MUSA DE RUBENS


A MUSA DE RUBENS
Peter Paul Rubens, o pintor flamengo barroco, conhecido por retratar mulheres expondo a sua sensualidade carnal, a harmonia real das suas formas, a opulência corporal dos lipídicos vaporosos e das celulites abusivas de coxas largas e barrigas proeminentes, mulheres isentas de corpos esculpidos em ginásios, não menos poéticas, não menos perfeitas, não menos belas, musas marmóreas vítreas leitosas de dermes de ébano marfim pérola, de telas orientadas pelo próprio sentido natural, sem vergonha das suas carnes e peles, sem a ditadura implacável da geometria das curvas, das artimanhas artificiais dos liftings, das plásticas, das lipos, do silicone, dessas estratégias que roubam identidade ao tempo nas suas carícias e afectos de rugas e cabelos brancos, da flacidez poética onde já houve firmeza, e o canto do corpo na mais sensual afirmação estética, como inspiração ao desejo soberano, daquele que elege a musa renascentista como o poema de tesão e erotismo, flagrante liberdade de ser como ditou a natureza, libertas de medidas de elegâncias.
A musa deitada em pose nua
Complacência corporal
De pele leitosa cor da lua
De traço intemporal
Que o pintor perpetua
Modelo de formas cheias
De rugas sulcos fendas
No pincel melopeias
Na tela oferendas
Suas carnes opulentas
Vibram olhar embevecido
Incitam a tonalidades magentas
De lipídico orgulho sentido
Sem desgostos sem tormentas
Sem medos de flacidez
Na firmeza do sentir
Doce placidez
Corpo tesão
De peles a consentir
Em nobre relaxação
Exposta sua nudez
Como rosas a florir
Em divindade carnal
Sensualidade primitiva
Formas avantajadas
Nessa gordura permitida
De musas deformadas
Nas curvas da estética
Em formas poesia
E nessa abusiva poética
Pinta-se a fantasia
musa

sábado, 24 de setembro de 2011

VIOLINO

Quando me tocas
É pura poesia
Em acordes de violino

Teus dedos vibram a derme
Numa excitação melodia
Trémula tangida treme
De desejo e fantasia

e… ah… na tua boca
corpo de cordas acorda louca
dedilhada pela língua extasiada
quente a vibrar esfomeada
sente a pele rosada
em doce poesia
humedecida
apetecida
sentida

fazes do meu corpo violino
domínio teu instrumento
de cordas friccionadas
que eu ensino caminho
num instante momento
pelas tuas mãos resinadas

e a minha pele doce e quente
soprada em acordes de prazer
é na tua que se sente
quase viva quase a morrer
num Stradivarius de sedução

música de louca paixão
em pele suada vermelha
cheia prenhe de tesão
em flamas chamas centelhas
retesadas cordas nas cravelhas
tocas em mim com emoção
doces melodias já tão velhas
quase a tocar o coração

místico corpo que é teu ombro
beliscado vibrado afinado
num Pizzicato Vibrato
o meu ser um escombro
em ruínas pelo teu
onde tocada me tombo
quase caída do céu

Harmónico Glissando deslizando
na suavidade da madeira
que tuas mãos vão tocando
cada corda à sua maneira
cada dedo sem tino

fazes do meu corpo violino
Sul ponticello
Coll Legno
Sul tasto

Tocas-me afinado
em desatino
provocado
sensível casto
macho latino
que tanto me seduz
meu privado violinista
que faz do meu corpo luz
musa de Ruben renascentista
que em acordes reproduz
em música conquista
pintada fantasia
tela poesia
artista
musa

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

VERMELHO

Tingido olhar em seu vestir
Mancha dilatada excitação
A pele desperta no seu sentir
O vermelho cor dessa paixão

Pele morena olhar abandono
Rubra fingida de sensual tesão
Cena deprimente em desabono
Oferecido corpo meiga solidão

Altar de sacrifício pele de sentidos
A cor o tom o gesto em provocação
Indícios de sentimentos desabridos
Esse vermelho fogo doce iniciação

Quem dera fosse o sangue a palpitar
Ruborizado sentir esse assim vestido
No corpo na alma do tanto do olhar

Quem dera fosse a pele o ser vermelha
Como rubro tesão em fogo consentido
Chama despida fulminante centelha
musa

domingo, 18 de setembro de 2011

BEIJO DELÍRIO

LOUCA ENTREGA

Quando entre pernas te perdes
Em prece de insanos sentidos
Na loucura dessa entrega
Arrancas raízes da terra
Por entre sussurros gemidos

Quando em meu altar te curvas
Por entre perfumes silvestres
Em cheiros te inebrias
De aromas dóceis agrestes
Em fendas húmidas sombrias
Da minha pele te vestes

Quando no meu corpo te entranhas
Avanças luxúria de sentidos
E nem um pouco estranhas
Esses caminhos perdidos
Na floresta te emaranhas
Lambuzado mel tesão
Nas águas te enganas
Espelhada sedução
Desse brando sentir
Assume e nega
Doce explodir
Louca entrega
Sem lei nem regra
Luz emoção
Que faz ruir
O coração
Que faz fluir
A paixão
musa

FACE DO DESEJO

dedo incendeia súbita nascente
outros dedos se distendem
o que toda a mão sente
fenda e dedos se entendem
corpo e alma consente

desbravar luz vértice afluente
orgasmos à mão se rendem
rio de fluidos consente
onde desejos se fendem
corpo e mente

de uma sádica sede se ressente
fogo que corre de veia em veia
um falo repuxo de água quente
em doce vibrar na flor se enleia

num langor supremo pálida
onde o êxtase ancorou
a voz serena cálida
murmúrio demorou
rio de intenso prazer
nos dedos ficou
parte do ser
pela mão
que roubou
tesão
musa

QUERO-TE DESEJO-TE SINTO-TE

Ainda te trago
Nos sentidos
Onde te guardo
Meu Marquês
De tantos sentires
Esse que eu travo
Em galope de desejos
Doce lembrança de beijos
De pele de mãos de bocas de olhar
Corpos colados unidos por inteiro
Nosso sentir suado de tanto amar
Aquele que foi nosso beijo primeiro
Em cavalgadas frente ao mar
Na solidão nobre da noite
No escuro denso respirar
O querer como açoite
No teu colo cavalgar
Amansado tesão
Corpos unidos
Doce paixão
Desabridos
Só os dois
E depois
Nada
musa

ALVORADA DO SENTIR

Alvorada
Pele eriçada
Aurora do sentir
Madrugada
Um olhar
Teu sorrir

Derretendo estrelas
Intenso fulgir
Profundo brilhar
No firmamento
De mãos paralelas
Em consentimento
Galáxia de sentidos
Doce proibir

Pensamentos perdidos
Dócil existir
Insaciável vontade
Desejos primitivos
Louca insanidade
Em nós consentir
Nos lábios gemidos
Sussurrando universos
Sóis de tesão

Cometas de versos
Em cauda sedução
Fronteira de mundos
Preliminares lonjura
Nossos sentidos profundos
Coexistir loucura

Aurora de mil cores
Carícias de ternura
Poetada pó estrelar
Sensual sentir de amores
Via láctea do olhar
Sentir madrigal
Alvorada
Corporal
Luminosa
Virginal
Radiosa
Catedral
Procurada
Roseiral

Aurora florescendo à flor da pele
Caminho imenso sensual
Sentidos a anos-luz do desejo
Sal húmido sentir de mel
E dizer…
que tudo começa por um beijo
e acaba num buraco negro de prazer…
musa

sábado, 17 de setembro de 2011

ESTRELA DA TARDE

Guio a tua mão
Ao meu sentido
Onde pulsa tesão
Latente proibido
Doce sentir
Latejar

Guio a tua mão
Pulsante ofegar
Num quase vir
Vibrante pulsar
Doce excitação
Do verbo amar
Do verbo vir
Do verbo dar

Guio a tua mão
Estrela da tarde
Brilho sedução
Onde o fogo arde
Em chamas paixão

Guio a tua mão
Numa estranha loucura
Onde a fome perdura
No vulcão aceso
Um orgasmo preso
Essa mão tão dura
Quase como um mastro
Estrela seguindo rasto
Em doce caminho
Descendo o leito
Terno carinho
Até o rio correr
A boca no meu peito
Caminhada de prazer
Mão sobre a mão
Sensual descida
Doce sensação
Na minha sentida
Na minha perdida
Estrela tesão
Consentida
musa