GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sábado, 30 de abril de 2016

CHAMA-SE SAUDADE

CHAMA-SE SAUDADE

Porque te tornaste tão silencioso comigo
Preferia as tuas palavras em troca das tuas mãos sobre o meu corpo
Os versos cheios da tua vida a encher me os olhos de loucura
A tua boca distante da minha a contar me a aventura de viver
A tua mente ávida de momentos de ternura
As tuas palavras em troca do prazer
Dos teus lábios roubando nos meus gemidos
E todo sentir que pudesses descrever
Um universo de mil orgasmos êxtase e sentidos
Tu tornaste impossivel a ausência e a solidão
E fizeste da espera a memória crua e viva da sedução
Tenho e sinto aquilo que se chama saudades do teu ser
De uma parte de ti em palavras confidentes
De te olhar e ver e tocar e entender
Em versos de silêncio tudo o que de mim sentes
E saber porquê há sempre a esperar-te o meu coração
...
musa

sexta-feira, 29 de abril de 2016

TEU CORPO NOITE


Teu corpo noite ave nua
Invade asas meu sentir
Cobre-me manto luz de lua
Brasas suor voo a refulgir
Quando fazemos amor

A coberto da noite escuridão
Corpos sombras sobre o leito
Entregues em dança excitação
No palco desassossego do peito
O voo de mãos e bocas imperfeito
No céu sensivel da seduçao

Da noite mais sombria a deslumbrar
O dia feito noite intimidade do quarto
Deixamos aves da loucura voar
Rasgamos desejo em sublime parto
Nascemos de novo no olhar
No escuro dos sentidos
Doidos perdidos
musa 

BRUMA DESEJO



Corpo areia beijada
Pela espuma do mar
A bruma acostada
Pelo teu olhar

E o teu corpo a vaga que tomba nua
A onda de nudez a naufragar
Maresia soprada pela lua
Sobre o meu corpo vem repousar
Em húmido desejo
Brumal o beijo
Com sabor a mar
E louco sentir

Vagas alteradas que o fazem vir e endoidecer
Pernas entrelaçadas que o fazem estremecer
Vagas cheias e vazias de sentidos
Em doido e terno querer
Em loucura de prazer
Em murmúrios e gemidos
Marítima gozação
Perdidos de excitação
...
musa

quinta-feira, 28 de abril de 2016

NA CURVA MAIS QUIETA


Porquê
Com a poesia das palavras em longas cartas
Seduziste o meu sentir
E  no ausente silêncio permanece
O teu olhar a tua boca o teu existir
E só vens se te apetece
Colher do corpo inteiro a indiferença
Mondar das mãos o desassossego
E ainda que eu não te pertença
Sou toda o tempo de desejo e de segredo
Na curva mais quieta
Do caminho da loucura
Na sombra do medo
Entre a traição e a loucura
A distancia dessa hora secreta
Na memória da ternura
Há a dor e a desilusão
O porquê que perdura
Em todas as palavras que escreveste
E em todas as caricias que tu deste
Um fio solto de paixão
Ainda conduz
A espera que seduz
A meiga excitação
...
musa

HIMENEU


Superficial
O hilo cicatriz
Da névoa candura
Himenal
Nébula navegante matriz
A trevosa loucura
Negro filamento visceral
A festa dos sentidos
Pântano dos lírios
Do húmido luzimento
Em fulgor carnal
Espectros perdidos
Rasgos martírios
Violácea matinal
Em rompente laceração
Da luz madraça
A conspurcar a escuridão
Risca fere traça
Peninérveos sentidos
Palavras penas
Plúmbeas sombras
Imprevisíveis poemas
Do virgem verso
As vestes serenas
Da poesia a cair
Profetizado universo
É este sentir
...
musa

LOUCURA DE FOGO


Queima
A língua viva em fogo ateado
Braseiro húmido de prazer
Atrevida num beijo molhado
Deixa a boca louca a arder
Apetecível desejo pecado
Boca sensualidade algemada


Fogo dos infernos em sentir
Preso gozo emudecido cadeado
A língua em fogo queimada
A mais ardente trémula loucura
Beijo a beijo num quase vir
Dança da língua em tortura
Apetece sentir


Gosto sabor travo sensação
Vontade de beijar sem parar
Caminho êxtase excitação
Apetece gemer gritar
Um sussurro ao ouvido
Queima de sentido
O teu olhar


Morde o lábio o tesão
Chama delirante
Apetece gritar
Inebriante doçura
Gozação ofegante
Dócil tremura
Emocionante


Loucura de fogo
Escaldante
Dominador
Teu querer
O jogo o beijo
De amor
De prazer
Desejo
musa

terça-feira, 26 de abril de 2016

FLOR DE ABRIL


Nem um dia a flor abriu
Botão fechado escondendo odor
O mais perfumado sentido e pudor
Da primavera dos sentidos o esplendor
Que jamais algum sol consentiu
Em inebriante jardim
Caminhos proibidos de seda e cetim
Longos gemidos a percorrer
De olhar demorado
Florido prazer
Provocado

A flor de abril em humedecida cor
Róseo tom acetinado
Pétalas de amor
Matizadas carnais
O tom avermelhado
Das meias sensuais
O brilho espelho da tentação
Florescida mulher madura
Apetecida loucura
Jardim excitação
Tímida liberdade

Tremula intimidade
Flor sensualidade
Desfolhada cumplicidade
Meiga doçura
...
musa

TEU PEZINHO CHEIRA A MAR


Pequeno altar que eu beijaria
Pequeno pezinho perfeito
Qual jóia preciosa eu adoraria
Qual flor orvalhada no meu peito


Um fio de ouro por entre pedras preciosas
Areias a brilhar ao sol da maresia
Pequeno pé a cheirar o odor das rosas
Tão singelo tão perfeito
De beijos o cobriria
De beijos o amaria
De beijos o sentiria


Teu pé de flor com sabor a mar
Entre tuas pernas a estremecer
Desmaia suas pétalas do verbo amar
Pé ante pé até ao prazer
Colhendo excitação
Sensual adoração
Gozo sentido
Provoca gemido
E doido tesão
Atrevido
musa 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

CINQUENTA ANOS E UM AMANTE


CINQUENTA ANOS E UM AMANTE

... eu abdicaria da eternidade para morrer nos teus braços... de amor...

"- Prometes que não me {fritas}?" - a frase apareceu assim do nada, a sussurrar algum receio, medo, intranquilidade, no ilícito da fidelidade, chaveiro tímido do desconforto sentimental ou a possibilidade da infidelidade acontecer, fiel argumento para o avanço do delito.
Aos cinquenta anos, assim do nada, ganhei um amante.
Não procurava nada disso. Aconteceu.
Tornei-me uma espécie, catalogada como amante, soa a clichê estereotipado, com todos os prováveis argumentos válidos para que assim tivesse que acontecer, mas não, nenhum dos dois andava em busca do comprometimento afectivo que pudesse explodir em vale de lençóis a cada encontro fortuito, próprio da loucura destes momentos, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte, ou o mundo parasse enquanto houvesse saliva suor e sémen, e quatro mãos e duas bocas e braços multiplicados em abraços e pernas emaranhadas em pernas, até o cansaço progredir a uma rendição fisiológica capaz de atenuar essa atracção mística e deslumbrada do que acontece porque o universo conspira como se dois seres tivessem sido feitos um para o outro.
A arrebatada sensualidade à flor da pele.
E digo isto porque o amor feito assim, que deixa o corpo todo a tremer, a pele a estremecer até à alma, o êxtase vivo sublimado carnal em explosão de prazer, um sem fim de mil orgasmos que acontecem dessa química visceral, essa {fritura} quente, explosiva, louca, corrente eléctrica percorrendo poro a poro toda a superfície cartografada de pele e sentidos, choques eléctricos repetidos, encandeamento que leva o desejo a chocar frente a frente, com a excitação desenfreada como se o universo ganhasse a mais luminosa estrela ou uma chuva de meteoritos acontecesse dessa explosão de sentir.
Não sei se todas as mulheres algum dia, ganham assim um amante sem data marcada, sem dia, sem hora, sem tempo, mas a certeza intrínseca de que se realiza, somente o inevitável acontecer de encontrar a outra metade em que a excitação se completa satisfação e resta depois uma estranha serenidade e harmonia, um vinculo afectivo sem título algum, um enamoramento de circunstância, sem culpa nem compromisso, uma confiança mútua e respeito e acreditação e um dever moral de aceitação da situação inofensiva que gere a emotividade das vidas próprias de cada um, distanciadas e tão diferentes, como dois desconhecidos que jamais se cruzaram por ai.
Como dois fantasmas, invisíveis aos olhos alheios, insuspeitos que só existem num único momento da vida, numa união de cumplicidade,  intimidade, e isso só pode ser paixão, ou outro sentimento novo, nunca existido, inventado para que possa ser vivido assim e agora.
Ser parte de ti aos cinquenta, ser parte do teu ser, seres parte de mim, a magia de viver esta fogosidade inexplicável que acontece sempre tão magnânima, tão doce, tão louca, tão nossa.
Ninguém pode sentenciar, seja de que maneira for, ou com que razão, este nosso entendimento, secreto e discreto, o nosso segredo, a transpirar silêncio, ausência, entendimento espiritual, jamais vivido de outra forma, sem a importância se sobrevive ao amor, ou a contrariedade da paixão ou a relatividade do ciúme, será algo assim, a força de acreditar, algo ainda sem nome ou identidade.
Ter-te como amante, ser tua amante aos cinquenta, deixa-me com um gosto de viver igual ao sentido de gozo que as tuas mãos ganham na ponta dos dedos quando tocam a harpa dos delírios e fazem a magia de sorrir com o olhar.
ana barbara santo antonio

quinta-feira, 21 de abril de 2016

PELE ODOR

Odor das misturas antigas
A pele suada do teu corpo
Perfume com que me castigas
Atordoando respirar
E na tua boca obrigas
A alma a beijar


E a beber dos fluidos
Néctar da flor adocicada
Nudez dos sentidos
A pele perfumada
Florida magia
Excitada
Poesia


São as tuas mãos em mim
O teu olhar o jardim
Mansa gozação
Intima seduçao
Sem fim
musa

quarta-feira, 20 de abril de 2016

ONDE TUDO ACONTECE

Em segredo
Que essas coisas
Não são
Para se contar
Perdes o medo
E vais
E fazes do quarto o cais
Onde amarar o olhar
De paixão


Um porto seguro
Em águas de prazer
Sombrio escuro
Desassossego querer
De meiga emoção
E doce excitação
Turbulenta


Âncora a tua boca sedenta
Afunda no leito
A forca entre coxas abertas
A pele macilenta
Margens do peito
Em caricias despertas
O rio que corre


E nos lábios morre
Todo teu desejo
Húmido beijo
Louco sentir


A flor violeta
Rubro gozo de amor
Nas tuas mãos a florir
Nos dedos ternura
A maior loucura
De sentidos
Gemidos
musa



quinta-feira, 14 de abril de 2016

BEIJO CARNAL

BEIJO CARNAL
Os teus lábios tão perto
E eu ali nos teus abraços
A pele do corpo um deserto
Nos teus braços os meus cansaços
Os teus lábios quase metal
O beijo demorado secreto
A boca sedenta carnal
O beijo de gozo letal
Lábios frios húmido aço
A boca açaimada medo quase animal
A vontade um dedo deslizando um traço
E eu ali deitada em segredo tão especial
Pele com pele um único pedaço
Teu olhar sopro ventania no meu peito
A tua respiração fazendo estremecer
Teus olhos quase poesia no caderno leito
Tantas palavras ainda por escrever
Tua mão a seda fria o eterno dos sentidos
O beijo carnal provocando inverno de prazer
A boca melodia de sussurros e gemidos
O seio a pena o bico endurecido
Nos teus olhos a boca de desejo
Talvez o sentir a lembrar esquecido
Quanto delicioso é o nosso beijo
...

musa

terça-feira, 12 de abril de 2016

FOGO DE ROSAS - Micah P Hinson - Beneath the Rose



FOGO DE ROSAS

O tempo arde
Fogo feito

Vem desmanchar-me
A pele incandescente
Na fogueira do peito
O lume que me arde
Aceita e consente
Ainda que tarde
A labareda
Que o sente

Abruptamente
A pedra cai
Vêm as tuas mãos
Sensivelmente
Meigas delicadas carinhosas
Agarrar o infinito entre os dedos
A escorrer a seiva que se esvai
De espinhos a seda dessas rosas
Pétalas incendiadas de segredos
Na pele o húmido esplendor atrai
Da boca o néctar doce do prazer
Fogo odor inebriante de sentidos
As mãos que desfolhas de bem querer

No abrupto estremecer de gemidos
O instante gozo êxtase delirante
No teu olhar misterioso amante
As mãos por caminhos perdidos
As rosas um perfume distante
Na pedra impregnados desassossegos

Pétalas rosas os teus dedos
Nos meus entrelaçados
Em abraços enternecidos
Acesas as tuas mãos
O magma a escorrer
Por vales abraçados
Da montanha a encosta
E todo teu corpo gosta
Incandescente querer
Em explosões de prazer

As tuas mãos calorosas
Flores de fogo vivo
Quente o sentido
Chamas pétalas rosas
A desmanchar num gemido
Um grito de amor

Debaixo de fogo
Sob a rosa 

Pedra seda pelas mãos tecido
O fogo acendido
Húmido calor
Ardido
...


musa

quarta-feira, 6 de abril de 2016

LAMBER

"Desejo, Corpo, Sentir...
O que nos une no segredo das palavras...
E um único momento em que existimos, profanação do silêncio...
E a tua voz mel, tão delicada como as palavras que escreves...
Poesia, onde haveria um orgasmo... se aí estivesse...

És linda...

Beijo-te...
Ant"

LAMBER

Lambo a rasura infinita
Aberta entre as tuas coxas
A palavra erudita
O silencio a pingar
A loucura do olhar
Tecendo a seda dos sentidos
Com um fio da tua saliva
A pele do sentir a ofegar
Na teia rio de gemidos
A tua língua viva
Os teus dedos perdidos
Da tua mão apertar
Insistentes repetidos
Doido querer
A boca a divagar
Em silenciado prazer
Insustentável toque luz
A caricia que seduz
Lambida vibração
Delicia que induz
Tremor excitação
Doce lamber
As coxas a tremer
Um gozo mais que profundo
Do verbo estremecer
Essa erudição do mundo
Que todos querem aprender
...
musa