GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 27 de setembro de 2016

VOO SEM DONO

VOO SEM DONO

Há no meu ombro nu
Regaço descanso
O abraço manso
Onde tu
Vens poisar
A gaiola aberta de carinho
O caminho sossego até ao olhar
De raminho em raminho
Pássaro sem dono
A esvoaçar sentidos
Evadido do sono
Passos perdidos até encontrar
O voo da secreta intimidade
Por entre as grades da saudade
Cúmplice sentir da sedução
No ombro a tímida mão
Abre as asas para o desejo
Da gaiola aberta da boca ternurenta
Solta se a loucura de um beijo
Em gozo doido a sorrir
Ávida esvoaçando sedenta
De liberdade e sentir
...
musa

PRISIONEIRA

PRISIONEIRA

Sou das que não voam
Já não sei voar
Não tenho as asas da liberdade
Apenas instantes de libertação
Nas asas de um momento
Voo contra o tempo
Em fugas secretas de sedução
E desejos com asas de magia 
Na gaiola da vida prisioneira
Vivo as penas da solidão
Profunda crua inteira
Sou pássaro que não voa
Por entre as grades da fantasia
Derrubo muros da intimidade
Sou fera animal felina leoa
A carnal busca da cumplicidade
Em voos de provocação
Nos céus da boca a euforia
Engaiolada livre uso a mão
Ganho asas a escrever poesia
...
musa

VEM EU DEIXO

VEM EU DEIXO

Vem eu deixo
Que ergas catedrais de gritos
No silêncio penumbra altar
Intimidades carnais do sacrifício
Despertados sinais do vício
E os círios acesos do olhar
Em gemidas preces de prazer
Como só tu sabes fazer endoidecer
Orar estremecer
De pele e sentidos
O ritual da mão
A comunhão da boca
A pequena morte em vida
A ressurreição perdida
O corpo inteiro sacrificado
No gozo rendido do pecado
...
musa

DORME MEU AMOR

DORME MEU AMOR

Adormece no chão do meu corpo nu
Na terra quente humedecida
Inebriada de intimo querer
O colo leito aconchegante do prazer
Ébria pele onde só tu
Encontras a clareira perdida
Onde de cansaço acabas por te render
O doce instante de um abraço a sentir
Sonolento consentir
De exaustão desfalecer
Depois de o amor conseguir
Fazer-te adormecer
Então dorme meu amor
...
musa

O MEU SEGREDO

O MEU SEGREDO

É ter-te nos sentidos
Sem saber quem tu és
É escutar o silêncio dos gemidos
Ter te rendido aos meus pés
Saber que tanto desejo
Esconde-se no segredo de um beijo
Em intimidade rendição
E em secreta sedução
Vibra excitada doida flor
De orvalho humedecida
Desassossegada perdida
Pelos caminhos do amor
Em prazeres insanos devaneios rituais
Por entre sedas véus rendas o esplendor
Dos instantes sensíveis carnais
A doçura da gozação
O nirvana do prazer
Empório magistral da mão
Que faz endoidecer
...
musa

OUTONAL SENTIR

OUTONAL SENTIR

Como orvalhado instante da madrugada
O morno calor da natureza ainda adormecida
A fumegar a luz no chão da alvorada
Tremula agitada ardente humedecida

Desprende em fio a teia em pérolas a mão
Vai tecendo a vontade em doido desejo
Ponto a ponto gozo a gozo excitação
A natureza morta ressuscitada pelo beijo

Lá no lugar da clareira onde morre a luminosidade
Sol nascente escondido pela folha do querer
Desponta em gemidos a madrugada intimidade

Rasga num grito a molhada carnal loucura
Nasce aurora outonal em afogueado prazer
Intenso e profundo o tempo que a tortura
...

musa

SÓ OS DOIS

SÓ OS DOIS
“A pequena morte que me faz vibrar
A pequena morte que me faz viver
A enorme sorte de te poder amar
A enorme sorte de te poder ter... em poesia... AF”

Quero despir-te
Devagar
Tirar-te a roupa
Sentir-te
Tremulo a ofegar
Demoradamente
Em cada gesto
O sim no olhar
Sofregamente
Testemunhado
De silêncio escuridão
E a lentidão a penetrar
O corpo quente húmido provocado
A pele acontecida de desejo
Rituais de vontade e de paixão
Sinais desassossego e ensejo
Todos os rumos da mão
E ainda embevecida a boca
Quase sem dizer nada o beijo
A hora do sentir tão louca
E sem sentidos o depois
Diante da nudez o prazer
Esse instante de nós dois
Em que quase que morremos a viver
...

musa

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

SECRETO SENTIR

SECRETO SENTIR

Cerrei os lábios de gelo
Descerrei da fronte a máscara
Havia sombras no cabelo
Um véu inteiro a cobrir o peito
Transparências de luz acontecidas
Rugas intemporais adormecidas
Um sonho desfeito
De ávido terror

No rosto a noite em flor
O escuro imperfeito
A própria dor
Em carnaval

Luminosidade sensual
Em traços por descobrir
A carnal essência do secreto sentir
Uma intimidade natural
Em maturação

O véu que prende a mão
Há de ser tal e qual
Um beijo pura sedução
musa 

O DECOTE

O DECOTE

As sombras rasgaram o decote
No negro brilho da luz esplendor
Um malmequer amarelo de cor
Usultando da escuridão o porte

Abriu a claridade por entre montes
Um rasto de luminosidade fantasia
Fazendo brilhar a água das fontes
Um sol entranhado flor de poesia

O colo decotado planura do vale
Essa loucura de desejo do olhar
Húmido intenso florido carnal

Impassível serenidade ardente
Essa intimidade do peito a ofegar
Que belo era o decote inconfidente
musa 

DESLUMBRE

DESLUMBRE

Teu corpo
Meu vicio
Meu berço
Meu verso

Leitura de anatomia
Teu olhar em Braille
Linguagem corporal
Desejo fisiologia
Lição carnal

Verbo querer
Silente endoidecer
A oral do prazer

Tua boca excitação
Resumo deslumbre
Desassossego da mão
Húmidos segredos
Cartilha do sentir
Da pele e dos sentidos
A mestria dos dedos
A poesia dos gemidos
Beijar sorrir
Em suave loucura
Intimidades rituais
A cúmplice tortura
De querer mais e mais
Em doce deslumbramento
A ternura de um momento
O singular dos plurais
...
musa

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PROMETO

“Cada vez mais,
Cada poema teu,
Sinto-o mais meu...
...
Beijo-te... Sempre...

Ant”

PROMETO

Rendo-me ao desenfreado desejo de possuir
O teu corpo como um lençol sobre o meu
A deslizar de beijos e de sentir
Tudo e o tanto que a tua boca me prometeu
E num sussurro seda molhada a escorrer
Os teus lábios junto ao pescoço louco e quente
A voz excitada em gemidos de prazer
A mão fogosa húmida ardente
Inconfidências promessas preces de tantas maneiras sentidas
Indecências e juras de desamor
Somente devaneios insanas brincadeiras atrevidas
Enleios preliminares de fantasia sem pudor
Mesmo em frente aos teus olhos ávidos e profundos
Ordeno-te
Vai escrever poesia lá para os fundos...
...
musa

terça-feira, 6 de setembro de 2016

SESSENTA E NOVE

SESSENTA E NOVE


Saciar com sede em flor
Beber a seiva embriagando
No gozo brando torpor
Em cálice de lábios dançando
E a haste endurecida
As línguas duras vibrando
O fluido quente da vida
De prazer gotejando
Endoidecidos espasmos
Trémulos orgasmos
As bocas se esgotando
Os corpos em cansaço
Os sexos num abraço
Língua e flor carnal
Haste e boca animal
A dança do amor
Atrevida e louca
Sessenta e nove divinal
A intensidade especial
De profundidade prazer
Cumplicidade doce e pouca
De viver
musa 

GOSTO.

GOSTO

Há um jogo de malícia
Na tua entrega devagar
Como quem a olhar conquista
E despe a pele de seduçao
Em devaneio atrevido
Envolvimento e perícia
De gostos por saborear
No tesão e no sentido

Mas gosto do teu cheiro sim
Da seda da tua pele
Do teu olhar de mel
Da tua excitação demorada
Do teu gozo sem fim
Da cama desarrumada

Da tua boca em mim
Do sexo e do sabor
De fazer contigo o amor
O jogo da penetração
Adivinhar seduçao
De loucura e tremor
Poro a poro boca a boca
Numa aventura doce e louca
Até nos vestirmos de suor
musa 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

QUERES?

QUERES?

Quero
Com a mesma intensidade de desejo
Quero te
Na ânsia insana desorientada
Os pontos cardeais em direcção ao beijo
De matar esta saudade danada
Estranha obcecada
De sempre desejar mais e mais
E ousar sentir
Da tua pele o teu cheiro
Como desde o instante primeiro
Em que te deixei existir
O amante da minha vida
Desorientada e perdida
De loucura e paixão
Prazer e excitação
Assim em tortura consentida
Em rebeldia desperta
Em ousadia secreta
Que os dois fazemos acontecer
Algures em parte incerta
De meiguice e querer
musa 

domingo, 4 de setembro de 2016

SIM

SIM

Estremecer a sentir te
Endoidecer na tua pele
Prazer e loucura
Fruir te
Rio de aromas e mel
Caricias e ternura
Cais de saudade
Cálida intimidade
Gozo doçura
Fazer vir te
Cumplicidade
Em tórrido sim
Em doidos gemidos
Vibrar no silêncio de um beijo
Doces sentidos
Até ao fim
Do desejo
...
musa

SIM

SIM
... dos gestos que despem pudor
Dos abraços dos cansaços
Das saudades do amor
Dos suspiros e do distanciamento
Da intensidade do pensamento
Dos sorrisos e do rubor
Nos lábios calados de beijos
Nas faces afogueadas
Nas mãos acendendo desejos
Quentes trémulas suadas
Do delito e da vontade
Das bocas esfomeadas
Em excitação e sensualidade
E o tempo a penetrar
Poros de loucura e sentir
Sexos a latejar
Apenas querendo explodir
Que loucura este querer
Que tortura de prazer
Até ao sim de vir
...
musa

SIM

SIM

Depois de muito tempo
Quando a mágoa se diluir
Quando voltar a chuva e o vento
Quando a saudade for o momento
E tu voltares para eu te sentir
O meu corpo cansado de te esperar
O teu cheiro já de mim dissipado
A pele ressequida de não suar
Um beijo esquecido guardado
Reacendendo intensidade
De loucura e de prazer
No desejo e na intimidade
E na pressa do querer
O entrelaçar de dedos
O toque fazendo estremecer
Sussurrar te segredos
Fazendo te gemer
No fogo excitação
Tenho saudades da tua mão
...
musa

CORAÇÃO DE DESEJO

CORAÇÃO DE DESEJO

Há um sexo a latejar
Ventrículos mãos bombeando amor
Vibrando rufando como um tambor
Dois lados colados a ofegar
Somente desejando
A corrente sanguínea a palpitar
De ardente desejo pulsando
A loucura do verbo sentir
De fluidos escorrendo
Os corpos tremendo
As bocas cedendo
Os olhos temendo
Esse quase vir
E doidamente saber
Que esse coração a bater
É paixão de querer
Docemente explodir
De arritmia prazer
De cansaço gemer
De poesia a escorrer
Sangue a fluir
...
musa